quarta-feira, 16 de junho de 2010

Enquanto o resto do mundo (Alemanha, Australia, Israel, etc etc etc) desenvolve energia solar com incentivos efetivos para as pessoas instalarem os paineis nas suas residencias, escolas e se tornarem auto-suficientes em termos de energia... o governo federal no Brasil promete investir milhoes em uma mega hidreletrica!?!?
Quem sera que vai ganhar com isso? Nem o povo nem o meio ambiente, com certeza!

Um comentário:

  1. Elena,
    A propósito dessa tua observação, que tem aplicação muito mais ampla do que o objeto imediato do comentário, enviei uma mensagem à lista de bubalinocultores de que estou participando, como segue abaixo:
    "Comecei entregando leite para um laticínio local, depois passei para a cooperativa estadual. O salto foi muito positivo, mesmo assim, como disse antes, não me satisfaz a condição atual. Da minha parte, tenho algumas convicções: (i) desconfio das mega-estruturas - cooperativa nacional, por exemplo, que é um sonho para ti, pode facilmente virar um pesadelo; (ii) é o caso de se perguntar como fica um produtor diante de uma cooperativa nacional??? qual o seu poder de barganha??? será maior ou menor, comparativamente com o laticínio da sua região??? Acho que uma questão crucial na discussão sobre como formar/reformar uma cooperativa está no modelo de produção que vai ser adotado. Tenho opinião diametralmente oposta daqueles que pensam que tudo se resolve numa dimensão de escala. É crescer e pronto. Ai a cooperativa vira uma mega-indústria e o cooperado vale menos do que um produtor isolado que barganha o seu leite no mercado local. Vejam o que ocorre no Brasil e no mundo. Parece que ainda não desistimos dos mega-projetos, enquanto o mundo se prepara e já atua na pequena escala. Nossa solução energética para o futuro é uma mega-hidrelétrica que vai inundar parte da amazônia. Na Austrália o governo está subsidiando a produção de energia solar ao nível de cada residência, e interligando essa micro-fonte produtiva no sistema de distribuição. Quando o consumidor não estiver gastando energia estará vendendo na rede o seu excedente. A meta é chegar, em apenas dez anos, à autosuficiência energética das cidades... Traduza isso para a nossa produção de leite e a coisa começa a ganhar sentido. Os defensores da teoria da escala, obviamente, tem em mente, quando se fala em cooperativa, uma estrutura de produção centralizada, recolhendo o leite de todos os produtores e abrindo espaço nos grandes mercados pela sua capacidade de fornecimento... até por aí! Será que isso se transforma realmente em poder de barganha? Será que uma mega produção não vai ter que fazer mais concessões para colocar seus estoques no mercado? Não tenho dúvidas sobre quem vai responder por essas concessões. Agora pensemos na outra alternativa: a associação dos produtores encontrando os caminhos para facilitar/viabilizar um upgrade produtivo ao nível da propriedade rural - cada produtor produzindo o seu leite, o seu queijo, a sua manteiga, o seu iogurte, etc. (ou um se especializando em um determinado tipo de queijo, outro em iogurte, e assim por diante) - cada um explorando, por conta própria a sua fatia do mercado (que assim vai sendo capilarizado, a imagem do produto de búfalo disseminada por múltiplas iniciativas). E afinal uma cooperativa para reunir o excedente e dar-lhe destinação econômica. O modelo que prioriza a produção de escala, pode ser inicialmente um caminho mais fácil, mas tenho certeza que, no horizonte, produz cooperativas fortes e produtores fracos. O outro modelo é o caminho para construirmos uma cadeia produtiva composta de unidades de produção autônomas (ou seja, SUSTENTÁVEIS) e cooperativas igualmente SUSTENTÁVEIS. Abraço, Eduardo Aydos

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