sexta-feira, 25 de março de 2011

Gênero e o meio acadêmico

Eu tenho lido alguma coisa 'aqui e ali' sobre os desafios da vida acadêmica. Recentemente encontrei um livro bastante interessante e direto ao ponto: How to get a PhD.

O livro traz dicas para todas as fases do doutorado - da escolha do tema e orientador(a), até a importância de se seguir um cronograma e CONCLUIR a pesquisa no prazo previsto.

A publicação que eu tenho em mãos é um pouco antiga, datada de1987 (a primeira edição é de 1928), mas apesar disso precebi que tudo continua muito válido e aplicável aos dias de hoje...

Até que... Num dos títulos do capítulo 8 (Como gerenciar seu orientador), os autores (uma mulher e um homem) iniciam uma explicação sobre a importância de entregar para o orientador esboços claros e, de preferência, datilografados - a idéia de um trabalho 'não-datilografado' me chocou um pouco e não sei de quem eu fiquei com mais pena, se dos alunos ou dos orientadores!

A parte mais interessante é a seguinte: Os autores recomendam os alunos a aprenderem a datilografar, mencionando diversos benefícios que decorreriam dessa aptidão. Mas eles fazem uma exceção - e são muito enfáticos nessa parte - "Contudo, se você for uma pós-graduanda (mulher) jamais admita que você sabe datilografar quando lhe perguntarem".

Eu fico pensando quantas pesquisadoras super qualificadas e dedicadas já sofreram discriminação no meio acadêmico. Eu fiquei muito curiosa, inclusive, para saber se a autora desse livro teve alguma experiência super negativa ao 'confessar' que sabia datilografar...

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